BOMBA

Tá punk.

Sem muito reclamar. Apenas falta de tempo mesmo.

Muita coisa boa acontecendo mas muito tenso ao mesmo tempo. Ainda falta muito pra eu poder me sentir completamente equilibrado num lugar onde não conheço ninguém e ninguém me conhece. Acho que essa parte está sendo, de longe, a mais edificante.

Aos poucos vamos virando gente. Já consigo me comunicar com certa facilidade e percebo que há uma simpatia por parte das pessoas. Esse era, na verdade, o assunto principal do post. O que eu mais ouvi antes de vir pra cá era sobre o tal do preconceito europeu. O menosprezar constante e latente. Né não mermão. É tudo igual. Os daqui não gostam dos de lá que por sua vez não curtem o de acolá. Idêntico ao gaúcho que acha o catarinense ingênuo que acha o paranaense espertalhão que acha o paulista estressado que acha o carioca malandro que acha o mineiro devagar que acha o baiano indolente.... E todo um país que acha o argentino babaca, paraguaio tranbiqueiro, colombiano traficante, peruano silvícola e venezuelano Hugo Chavez. Também achamos os americanos ignorantes, mexicanos seo madruga... achamos que na China é tudo mal feito e que na Índia todo mundo passa o dia no Ganges. É assim. Somos assim. Nascemos pra rotular, desconfiar e passar a palavra adiante.

Fui alugar um apartamento e o proprietário negou o contrato quando descobriu que eu era brasileiro. O cara da imobiliária perguntou se eu tava puto. Eu disse que entendia. Aposto que algum proprietário do Brasil já fez o mesmo com um boliviano qualquer,